CONEXÃO – CNTC 19 agosto de 2024

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⚠️ *DESIGUALDADE NO MERCADO DE TRABALHO:
MULHER É MAIORIA DA POPULAÇÃO, MAS NÃO NO EMPREGO!*

Embora as mulheres sejam a maioria da população no Brasil, sua representação no mercado de trabalho ainda é significativamente menor. Apenas pouco mais da metade das mulheres está inserida no mercado de trabalho, com 52% das mulheres negras e 54% das brancas empregadas. Em comparação, a participação dos homens é substancialmente maior, alcançando cerca de 75%. Além de enfrentarem menores oportunidades em empregos remunerados, as mulheres carregam o fardo adicional de dedicarem, em média, dez horas a mais por semana em tarefas domésticas e de cuidado não remunerado do que os homens. Essa dupla jornada não só limita suas possibilidades de ascensão profissional, mas também perpetua a desigualdade de gênero no País.

✅ DESIGUALDADE

Segundo o Ipea, negros representam 80% dos 10% mais pobres do Brasil, enquanto entre os 10% mais ricos, os brancos compõem 70%. Esses números indicam não só a disparidade econômica racial, mas também a necessidade urgente de políticas que promovam a equidade racial e de gênero. A desigualdade também se reflete na ocupação de cargos de liderança. Em 2023, apenas 38% dessas posições em grandes corporações no Brasil foram ocupadas por mulheres, de acordo com uma pesquisa da FIA Business School, que analisou dados de mais de 150 mil funcionários de 150 empresas premiadas com o selo “Lugares Incríveis para Trabalhar 2023”. Isso demonstra que, além da luta por inserção no mercado de trabalho, as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas para alcançar a igualdade de gênero em posições de poder e liderança. A nova versão da plataforma Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, lançada pelo Ipea, com dados atualizados de 2016 a 2022, reforça a urgência de enfrentar essas desigualdades para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

✅ NEGRAS

Os dados revelam ainda mais nuances preocupantes. As mulheres negras, que representam 28% da população brasileira, enfrentam as piores condições no que tange à proteção previdenciária. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de um quinto dessas mulheres (21%) não conseguem contribuir para a Previdência, ficando sem acesso à rede de seguridade social. Essa queda na proteção previdenciária é generalizada, mas afeta de forma mais aguda as mulheres negras. A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, trouxe à tona dados alarmantes do relatório de transparência salarial das empresas brasileiras.

📎 CURTA

👉 TÔ FORA! – Salários baixos e a perspectiva de um novo emprego estão entre as principais razões que levam trabalhadores com carteira assinada no Brasil a pedirem demissão. Outros fatores incluem a falta de reconhecimento profissional, estresse no ambiente de trabalho e problemas éticos com a conduta da empresa, diz o Ministério do Trabalho.

Luiz Carlos Motta
Presidente

cntc.com.br